Pelas palavras...

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Não importa a visão da cidade/ E sua face atormentada dando voltas no quarteirão/ Nossos olhos erguidos além do concreto/ Vêem as copas das árvores e não espantam pássaros/ Também aprendemos a pousar na linha esticada/ Para ver o sol nascer.

sábado, 18 de outubro de 2008

Monólogo secreto

Parte de mim é lâmina

Que exposta à luz

Produz hologramas na parede silenciosa da noite...

Nos mistérios da pele ardem sonhos

Riscos crepitados subindo na fogueira

Improvisada pelo sal dos meus olhos

Que se desmancha

Sou a sombra que o bosque esculpe nas vestes turvas do lago

Pra me acompanhar no escuro

Eu me projeto no fundo

E entre as plantas e pedras resguardadas de um sono líquido

Eu permaneço acordado

Mas isolado da falta vil dos desinteressados

Percebo que até os musgos umedecidos tem um sentido

Solitários compõem o abrigo dos espantados

Na sua verde solidão não existe definição para a minha

Os arpões são afiados dia-a-dia feito facas de cozinha

Apontados para o vão das costelas que emergem nas águas

O tesouro que procuramos é um baú de mágoas

Mas o sol que ilumina o caminho de crinas torna tudo espelhado

O tesouro é o invisível do que temos guardado, e entregamos...

Como a alma se entrega ao nirvana

Quando se encontra com a sua unidade

Que é a verdade na expansão sob os muros

Lada a lado com a sua metade

Antes de ir... Admiro os corais silenciosos

Ecoando o monólogo nas bolhas de ar que sobem do fundo

De mim... até parar

2 comentários:

Roberta disse...

Oi Marco! Adorei o texto... identifiquei-me, às vezes me sinto assim também. Que bom que você tem um novo espaço... vou passar mais vezes por aqui... um beijo! ;*

Marco Túlio disse...

Oi Robinha! Obrigado,que bom que gostastes. Me sinto vivo com as palavras que vem de dentro.
Adoro seu blog. És sempre bem-vinda aqui, beijos...