Parte de mim é lâmina
Que exposta à luz
Produz hologramas na parede silenciosa da noite...
Nos mistérios da pele ardem sonhos
Riscos crepitados subindo na fogueira
Improvisada pelo sal dos meus olhos
Que se desmancha
Sou a sombra que o bosque esculpe nas vestes turvas do lago
Pra me acompanhar no escuro
Eu me projeto no fundo
E entre as plantas e pedras resguardadas de um sono líquido
Eu permaneço acordado
Mas isolado da falta vil dos desinteressados
Percebo que até os musgos umedecidos tem um sentido
Solitários compõem o abrigo dos espantados
Na sua verde solidão não existe definição para a minha
Os arpões são afiados dia-a-dia feito facas de cozinha
Apontados para o vão das costelas que emergem nas águas
O tesouro que procuramos é um baú de mágoas
Mas o sol que ilumina o caminho de crinas torna tudo espelhado
O tesouro é o invisível do que temos guardado, e entregamos...
Como a alma se entrega ao nirvana
Quando se encontra com a sua unidade
Que é a verdade na expansão sob os muros
Lada a lado com a sua metade
Antes de ir... Admiro os corais silenciosos
Ecoando o monólogo nas bolhas de ar que sobem do fundo
De mim... até parar
2 comentários:
Oi Marco! Adorei o texto... identifiquei-me, às vezes me sinto assim também. Que bom que você tem um novo espaço... vou passar mais vezes por aqui... um beijo! ;*
Oi Robinha! Obrigado,que bom que gostastes. Me sinto vivo com as palavras que vem de dentro.
Adoro seu blog. És sempre bem-vinda aqui, beijos...
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