Eu cubro a noite com as asas encurvadas de sonhos
E ouço o gemido nas glândulas de nuvens
Cuja tempestade desperta
É tarde apenas para o dia, que se encerra
Em ramos de sombra no céu
A madrugada ainda levanta
Sacudindo os cabelos
Moldando as ancas
Para receber o sexo quente do universo
Me sinto um lobo, sentado, na chuva
Uivando sonhos em silêncio
Lambendo as bordas dos lábios da lua
Com a língua de fogo
Cubro a noite, com meus olhos entreabertos
Feito o pôr-do-sol
Na meia-luz do poema que desnuda a carne
Sem ferir a alma, ainda tímida e suave
Qual desperta a pele intocada do amanhecer
1 comentários:
O bom de dormir e afastar-se do dia, é ter a possibilidade de acordar com a magia desse amanhecer. Que lindo esse poema!
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