Pelas palavras...

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Não importa a visão da cidade/ E sua face atormentada dando voltas no quarteirão/ Nossos olhos erguidos além do concreto/ Vêem as copas das árvores e não espantam pássaros/ Também aprendemos a pousar na linha esticada/ Para ver o sol nascer.

terça-feira, 28 de outubro de 2008

Convés



Dias negros em que danço com a morte despida
Ela tem um colar afiado que machuca os meus sonhos
Ela veio no corredor que, há pouco era infinito
E tornou estreita qualquer vida...
De triste, ainda tem um carisma
Embargados nas suas águas sem portos
Cicatrizamos a inútil sala do horizonte
Apostos no convés onde os mastros já arearam velas
Acenando para a própria imagem que derrete
Metros à frente da proa
Frios segredos
Que me lançam na corte da piscina vazia
Fitando estrelas nos lábios da morte
Enquanto ela passeia pingando fel na minha língua
Tão bonita que não vale à pena seguir sozinho
Para ilhas breves
Sei que, quando, ela
Em declínio se pôr por trás de cada onda
Seus braços estendidos me levarão consigo
Pra dentro do mar gentil...
E ela dança
E me olha
Acho que ela sonha
E, se ela dorme...pode esperar até amanhã

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