Pelas palavras...

Minha foto
Não importa a visão da cidade/ E sua face atormentada dando voltas no quarteirão/ Nossos olhos erguidos além do concreto/ Vêem as copas das árvores e não espantam pássaros/ Também aprendemos a pousar na linha esticada/ Para ver o sol nascer.

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Pétala colhida


A solidão vestiu-me com seus olhos trêmulos e úmidos
passou a mão em meus cabelos
e, em silêncio, escreveu para mim uma carta
não jurou-me amor, nem mesmo demonstrou medo em aceitar meu peito
pois não lhe pedi nada, ela sabe que não existe essa história de que nos roubam a alma
nunca mais eu havia chorado
mas quando ela deitou seu rosto sob a minha perna e adormeceu
senti que confiança é a pétala colhida que mantém o perfume da rosa
deixei escorrer o turvo peso do gelo
e por instantes senti-me num útero com os olhos quase abertos
A solidão entra em meu quarto, bebe junto o meu vinho
e rimos dos tropeços na vida
às vezes ela me bate forte e tem raiva quando eu digo que ela me dói
mas ela bate forte pra mostrar que é melhor doer do lado de fora
nunca falamos de amor
porque é ele que nos conta as histórias
e ela me faz compania...

2 comentários:

Roberta disse...

A solidão me visita constantemente, sei bem do que está falando, amigo... ainda mais complicado é quando ela traz junto a saudade. Porém, é necessário ficar só às vezes... que esse tenha sido um bom momento de reflexão pra ti... um beijo! ;*

Marco Túlio disse...

sentimentos de medo e outras coisas nos atrapalham.. ja os sentimentos que temos pelas pessoas esses sim ficam vivos