Pelas palavras...

Minha foto
Não importa a visão da cidade/ E sua face atormentada dando voltas no quarteirão/ Nossos olhos erguidos além do concreto/ Vêem as copas das árvores e não espantam pássaros/ Também aprendemos a pousar na linha esticada/ Para ver o sol nascer.

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Entre as almas de todas as mãos


Marchamos o dia todo perante a luz que nos desvenda

E, muitas vezes, nem sequer notamos

Porque marchamos num ritmo que nem sequer questionamos

Como elefantes amarrados pelo pé numa corrente

Desde pequenos

E, soltos, ainda sentem os elos limitando os seus passos

Ouvimos o eco senil dos calabouços

Mas continuamos pelo corredor seguindo as placas

Ovelhas que deixam o pasto e não vêem os lobos

Porque estão abaixados e famintos

Ficamos, feito pássaros cegos que se debatem entre galhos

E, cansados, pousam no chão

Mas, sempre que pudermos esfregar os olhos a cada manhã

E agradecer

Nossos pés reconhecerão que o caminho é mesmo desconhecido

Porém belo

As correntes são mesmo pesadas

Porém, não eternas

Os ecos são mesmo frios e distantes

Porém, é apenas o vento nas placas

Os lobos são mesmo caçadores

Porém, os campos são vastos e a natureza é sábia

Os pássaros cegos são mesmo mais atrasados

Porém, nem que não tivessem asas, saberiam que

Todos possuem coração

E ele talvez seja a nossa maior missão aqui na terra

Semeado pra sempre

À se espalhar entre as almas de todas as mãos

1 comentários:

morg disse...

muito bonito o poema *-*
adorei mesmo parabens