Marchamos o dia todo perante a luz que nos desvenda
E, muitas vezes, nem sequer notamos
Porque marchamos num ritmo que nem sequer questionamos
Como elefantes amarrados pelo pé numa corrente
Desde pequenos
E, soltos, ainda sentem os elos limitando os seus passos
Ouvimos o eco senil dos calabouços
Mas continuamos pelo corredor seguindo as placas
Ovelhas que deixam o pasto e não vêem os lobos
Porque estão abaixados e famintos
Ficamos, feito pássaros cegos que se debatem entre galhos
E, cansados, pousam no chão
Mas, sempre que pudermos esfregar os olhos a cada manhã
E agradecer
Nossos pés reconhecerão que o caminho é mesmo desconhecido
Porém belo
As correntes são mesmo pesadas
Porém, não eternas
Os ecos são mesmo frios e distantes
Porém, é apenas o vento nas placas
Os lobos são mesmo caçadores
Porém, os campos são vastos e a natureza é sábia
Os pássaros cegos são mesmo mais atrasados
Porém, nem que não tivessem asas, saberiam que
Todos possuem coração
E ele talvez seja a nossa maior missão aqui na terra
Semeado pra sempre
À se espalhar entre as almas de todas as mãos
1 comentários:
muito bonito o poema *-*
adorei mesmo parabens
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